Cams.

Camila C. Crosgnac Fracalossi, sagitário, 17 de dezembro de 1990. Médica veterinária, escritora, servidora pública e casada com o Rodrigo. Mãe do Kovu, da Lassie e do Bóris.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Hoje eu vejo...

 Dedicado à minha pessoa mais que certa, o meu melhor amigo e namorado João Alberto Lameira de Oliveira.

Há alguns anos atrás, eu nunca tinha me enxergado acompanhada no futuro. Achava que a vida já dava muito trabalho pra gente cuidar da gente, obrigada, e tinha me convencido de que todas as coisas que eu queria fazer já eram o bastante pra que eu cuidasse. Achava que cuidar de dois interesses diferentes dava trabalho, que casamento era uma instituição imbecil que não tem sentido e achava que a minha vida não tinha espaço pra mais ninguém, mesmo que eu já tivesse aceitado que, uma hora, em um descuido, eu seria flechada pelo cupido - provavelmente com a pessoa errada. Pra ser sincera, eu ainda acho tudo isso - mas de formas bem diferentes: cuidar de dois interesses diferentes dá, sim, trabalho, mas a gente faz porque quer; casamento ainda é uma instituição imbecil e sem sentido na minha cabeça, mas justamente por isso tanto me faz assinar ou não um papel; e a minha vida não tem, mesmo, espaço pra mais ninguém, mas a gente aperta aqui, encaixa lá e tá tudo certo. A questão é: nenhuma daquelas idéias mudou na minha cabeça com nenhuma daquelas pessoas erradas, razões pelas quais eu até me conformava que elas fossem pessoas erradas, porque tudo continuava certo e como tinha que ser. O problema foi quando apareceu a pessoa certa.
A pessoa certa me deixou confusa, perdida, sem entender mais nada. Eu queria me esforçar pra deixar que ela entrasse na minha vida, mas o medo não deixava: era como se eu a tivesse permitido a entrada, mas vendado. Tinha medo de que meu coração fosse conquistado, tinha medo de ficar pateta, tinha medo de mudar tudo isso, porque era simplesmente tão fácil! Afinal de contas, pra quê mexer naquilo que já 'tá bom?
Mas finalmente chegou a hora de desvendá-la, em todos os sentidos, e de me permitir entrar também na vida dela - a porta já estava aberta, e eu continuava para fora. Me permiti entrar em sua vida e, então, já era tarde demais: eu descobri tudo isso e muito mais. Agora eu já estava completamente imersa nessa aventura, aventura cujas páginas devoro todos os dias, sedenta por mais.
E então, hoje eu vejo: sobra lugar na minha vida, faltam nossos filhos, nossa casa, nossa vaca holandesa; falta nossa cama, falta o suco de maracujá, falta o strogonoff; falta beijo de boa noite, risadas e falar besteira; falta acordar no meio da noite pra olhar nos seus olhos e dizer o quanto eu te amo, me acomodando no seu peito e ouvindo o seu coração batendo por mim, minha canção de ninar favorita. Hoje eu vejo: falta você.

1 comentários:

Anônimo disse...

Texto liiiindooooo! Chorei, sério... Por que vc sabe o quanto me identifico com a história de vcs! Além do mais, eu também estava descrente com o amor, no meu caso foi devido a um relacionamento fracassado. E, com tudo isso, como entregar seu coração a alguém que mora longe, que vc mal vê?

Essa parte que vc fala em acordar no meio da noite me fez lembrar de uma coisa que aconteceu essa semana. Eu acordei de um pesadelo medonho, assustada, e o Jonathas tava acordado, com insônia. Eu coloquei meu braço em cima dele, meio que pedindo um abraço (rs) e ele virou pra mim e me abraçou. Eu contei o sonho todo em um tom assustado e ele me beijou.

Por isso eu digo: a hora de vcs ficarem juntos vai chegar! E vale a pena essa espera, ô se vale... :)

Beijão!

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